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Mostrando postagens de maio, 2017

Lenda do peixe tapa

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Peixe Tapa ou lambaca é o nosso linguado e, segundo o pescador Pedro Jacinto, do bairro de São Pedro, é um peixe que anda sempre no fundo do mar, no meio da lama, e tem o "fundo" branco e as costas pardas. Conta ele que este peixe, ao virar-se para enxergar o sol, ficou com a boca torta. Entre outros pescadores a versão mais conhecida é a seguinte: andava S. Pedro ( ou Jesus) passeando pelas praias da Ilhabela quando, preocupado com a maré, perguntou ao linguado: "A maré enche ou vaza?". O linguado ao invés de responder direito, imitou S. Pedro, com voz fanhosa e boca torta. São Pedro deu-lhe um tapa e falou-lhe: "Com os olhos para trás hás de ficar". É por isto que o linguado é chamado de peixe tapa, é chato, tem boca torta e os olhos "por cima da costas em um lado só". Toninha do Perequê comenta: "Isto é verdade mesmo. Contado pelos pescadores".

Lenda da Cachoeira da Lage

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Conta Manoel Leite Santana, caiçara, que num domingo pela manhã, viu duas moças louras penteando seus cabelos, que iam até o calcanhar, com um pente de ouro. Dizia o povo que era a MÃE-DE-OURO. Ao voltar, já à noitinha, ele olhou para o fundo do rio e viu um tacho de ouro. Cortou um galho e tentou “engatar” na alça do tacho mas não conseguiu, pois era um tacho encantado. No dia seguinte, o encarregado do trabalho, chamado Rafael, voltou da mata todo apavorado dizendo que não podia contar o que tinha vista senão morreria logo. Este homem morreu muito velho e não contou o que tinha visto. No fundo da Cachoeira da Lage existem malacachetas de mais de vinte centímetros de comprimento, daí ser uma cachoeira encantada, pois elas brilham como pedras preciosas. Informações prestadas por Antônio Leite Santana, filho de Manoel Leite Santana.

Lenda da praia da caveira

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Um navio negreiro ao passar atrás da ilha, afundou; todos seus tripulantes, escravos, morreram e seus corpos ficaram a boiar. Um padre que passava de barco por aquele lugar viu os corpos e os enterrou debaixo de uma enorme figueira. Os moradores da Ilha afirmam que às seis horas da tarde, ao passar perto daquela figueira, ouvem “vozes de defundo”. Na realidade há muitas pedras no local e o vento, entrando e saindo entre as pedras emitem um som “de teclas” como a imitar vozes de outro mundo.

Lenda da pedra do sino 02

Na praia chamada Garapocaia encontram-se pedras que, quando batidas, soam como sinos. A lenda conta que, em tempos passados, no século XVII, ao amanhecer, surgiu uma caravela de piratas que se dirigia à ilha de São Sebastião, enquanto a população ainda dormia. Estavam os piratas prontos para abrir fogo contra a ilha quando ouviram soar sinos despertando o povo que se preparou para receber os inimigos. Nisto surge um guerreiro que tomou o comando e, em pouco tempo, fez o inimigo recuar. Este guerreiro era São Sebastião. Voltou a calma ao povoado e quiseram saber onde estavam os sinos. Não eram os sinos da Igreja da Armação. Ninguém sabia explicar, a não ser os indígenas que diziam "Garapocaia, Garapocaia" enquanto apontavam para as pedras dessa praia que passaram a chamar-se "Pedras do Sino" e que hoje são atração turística da ilha. Esta lenda confunde-se, também com a cidade de São Sebastião.

Lenda da feiticeira

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Na praia da Feiticeira se encontra a Fazenda São Mathias. Dizem os antigos moradores que a proprietária amealhava imensa riqueza, explorando uma taverna que era ponto de encontro de piratas e marinheiros de navios negreiros e mercantes que ali aportavam em busca de provisões e informações. Um dia, envelhecida, alquebrada temendo ser saqueada, com auxílio de seus escravos, enterrou seu tesouro no local conhecido por Tocas e matou todos eles para evitar que revelassem o segredo. Conhecida como a feiticeira, enlouqueceu e não foi mais vista.

lenda de Maria Perpétua

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Essa lenda é conhecida também como a lenda da mulher de branco.  Contam os moradores mais antigos do bairro do Bexiga, lado sul da Ilha de São Sebastião, que na rua do Engenho - atual Vereador Manuel Pombo - vivia uma senhora de escravos chamada Maria Perpétua Calafate. Perpétua, como era mais conhecida, era uma mulher muito perversa, principalmente com seus escravos. Costumava puni-los cruelmente por qualquer deslize. Deixava-os passando fome, mantinha-os presos em correntes, amarrava-os em troncos de arvores para açoita-los e várias outras atrocidades. Seu fim foi trágico. Pois Perpétua foi morta “a facadas” pelo próprio marido, durante uma briga entre o casal.  Reza a lenda que por ter sido muito má em vida, Perpétua recebeu um castigo divino na sua morte e foi  condenada a vagar eternamente assombrando os moradores daquela região. Dizem que nas noites de lua cheia ela deixa seu túmulo, vestida de branco. Aquele que tiver o infortúnio de encontrar com o fant...

Toca do Estevão

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Há muitos anos, ainda no tempo da escravidão, havia em Ilhabela entre tantos outros engenhos, o Engenho D'água, onde se desenrola esta estória que vamos contar: Estevão era um escravo trabalhador e servil. Era esperto, inteligente e queria aprender a ler e escrever. Como era muito querido pela "Sinhá", esta, as escondidas, ensinou-o a ler. O capataz que sentia grande ciúme pelas atenções que eram dispensadas a Estevão pela "Sinhá" descobriu que o escravo sabia ler e escrever. Imediatamente contou ao "Sinhô" que mandou aprisionar Estevão. A prisão e os castigos dispensados a um escravo alfabetizado eram torturantes, muito mais do que os de um escravo comum. Um belo dia, Estevão fugiu do cativeiro, ajudado pela "Sinhá", que tinha como ama a mãe do próprio Estevão. Quando descobriram a fuga foram direto à "Sinha" e sua ama. Estas ao verem chegar o capataz, o "Sinhô" e os policiais, imediatamente tiveram uma idéia: ocul...

Lenda do Portinho

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Esta lenda, também conhecida como a lenda de Maria Fixi, passa-se em uma fazenda do bairro do Portinho, ao sul da ilha de São Sebastião. Antigamente, contam, morava nessa praia uma "dona de escravos" que era muito ruim, maltratando-os e surrando-os até arrancar sangue. Chegou a esse lugar um navio negreiro para vender escravos para a "dona" que se chamava Maria Fixi, e lhe deram de presente uma imagem muito milagrosa de Santo Antonio. Certo dia os negros fugiram da Fazenda levando tudo quanto era "louça de prata". Ela, vendo-se perdida, pediu ao Santo Antonio que se eles voltassem com tudo o que tinham levado prometia não mais lhes bater. Apareceu então, na mata onde se escondiam os escravos um velhinho com um cordão na mão, que os fez voltar para a Fazenda. Ao chegarem lá Maria Fixi ficou sabendo do velho e nunca mais maltratou seus escravos.